A “SERENÍSSIMA REPÚBLICA” E O ESTADO DE EXCEÇÃO: QUANDO O STF SUCUMBE AOS ARGUMENTOS DE POLÍTICA
Keywords:
JUDICIALIZAÇÃO, PROCESSO LEGISLATIVO, ESTADO DE EXCEÇÃO, INTEGRIDADEAbstract
O presente trabalho busca investigar o contexto do exercício da jurisdição constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para tanto, será avaliado o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.029, a qual versou sobre o controle de constitucionalidade do processo legislativo da medida provisória que criou a autarquia Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). A análise desse julgamento será balizada por três marcos teóricos centrais. Primeiro, será realizada uma aproximação entre Direito e Literatura, de modo a demonstrar a atualidade dos alertas feitos por Machado de Assis, no conto “A Sereníssima República”. Em seguida, será feita uma incursão sobre o Estado de Exceção na perspectiva de Giorgio Agamben, que servirá para circunscrever o cenário em que se acomoda a decisão judicial da Corte. Na sequência, será feita uma incursão na perspectiva do Direito como Integridade, de Ronald Dworkin, a fim de se avaliar como tem a Corte procedido na sua fundamentação. Por fim, ancorado nesses marcos teóricos, será feita a avaliação da postura da Corte a partir do referido julgado.
Downloads
References
AGAMBEM, Giorgio. Estado de Exceção. Trad. Iracli D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.
ALEXY, Robert. Conceito e validade do direito. Trad. Gercélia Batista de Oliveira Mendes. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
AMARAL JÚNIOR, José Levi Mello. Medida Provisória: edição e conversão em lei: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
ASSIS, Machado de. Obra Completa.V. 2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
BARRÓN, Jorge Uscatescu. Crítica de la noción de zona de indiferencia como origen de la política: unos apuntos topológicos acerca de la metapolítica de Giorgio Agamben. Revista de Estudios Políticos. n. 159. Madrid: enero/marzo, 2013.
BINENBOJM. A Nova Jurisdição Constitucional Brasileira - Legitimidade Democrática e Instrumentos de Realização. 2. ed. Rio de Janeiro, São Paulo, Recife: Renovar, 2004.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.029 27931-1. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.j sp?docTP =TP&docID=2227089>. Acesso em: 25 ago 2013.
CASSEB, Paulo Adib. Processo Legislativo: atuação das comissões permanentes e temporárias. São Paulo: RT, 2008.
DERRIDA, Jacques. Força de lei: o fundamento místico da autoridade. Trad. Leyla Perrone-Moisés. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Trad. Nelson Boeira. São Paulo: Martins Fontes, 2002 .
_______________. O Império do Direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
________________. O direito da liberdade: a leitura moral da Constituição norte-americana. Trad. Marcelo Brandão Cipolla . São Paulo: Martins Fontes, 2006.
_______________. Uma questão de princípio. Trad. Luís Carlos Borges. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
HART, Herbert. L. A. O Conceito de Direito.Trad. Antônio de Oliveira Sette-Câmara. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. João Baptista Machado. 8.e d. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
KYMLICKA, Will. Filosofia política contemporânea. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
SANDEL, Michael. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Trad. Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
SANTIN, Giovani. DUARTE, Lizia Bastos. Big Brother: nos contornos de um estado de exceção. Revista de Direito Privado. Ano 7, n. 27. jul/set 2006.
SCHMITT, Carl. Teologia Política. Trad. Elisete Anoniuk. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
STRECK, Lenio Luiz.Verdade e Consenso: constituição, hermenêutica e teorias discursivas. Da possibilidade à necessidade de respostas corretas em direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
VILANOVA, Lourival. As estruturas lógicas e o sistema do direito positivo. São Paulo: Noeses, 2010.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyrights for any articles published in the journal are given to the author and RDFD with first publication rights granted to the Journal. By virtue of their appearance in this open access journal, articles are free to use, with proper attribution, for educational and other non-commercial purposes in accordance with the creative commons.