VEDAÇÃO DA CRUELDADE CONTRA ANIMAIS: REGRA OU PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL?
DOI:
https://doi.org/10.25192/issn.1982-0496.rdfd.v24i21294Palabras clave:
Animais. Crueldade. Princípios. Regras. Vaquejada.Resumen
Este artigo pretende, a partir do dispositivo constitucional que determina a não submissão dos animais a crueldade, abordar criticamente o julgamento da ADI n. 4983/CE e indicar os principais problemas decorrentes da percepção de que o caso envolve um suposto conflito entre os princípios da liberdade de manifestação cultural e de tutela e proteção da fauna, ambos protegidos constitucionalmente. O caso é emblemático por revelar as dificuldades de enfrentamento do problema da exploração e abuso de animais no país, questão diretamente vinculada ao estatuto moral e jurídico dos animais. A metodologia utilizada envolveu a análise de precedentes judiciais acerca da temática analisada, especialmente os provenientes do Supremo Tribunal Federal - STF, bem como revisão da doutrina constitucional e da teoria geral do Direito. Como resultado da pesquisa, pretende-se demonstrar que, no caso em debate, a melhor solução envolve a aplicação de uma regra constitucional e não de ponderação principiológica. A aplicação da regra, no caso concreto, deve operar em favor da compreensão da inconstitucionalidade da lei cearense que regulamenta e permite a atividade da "vaquejada".Descargas
Citas
ÁVILA, Humberto B. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 8ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, v.2. São Paulo: Saraiva, 1999.
DARWIN, Charles. A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Companhia Das Letras, 2000.
KREBS, Angelika. Ethics of nature: perspectives in analytical philosophy. New York: Walter de Gruyter, 1999.
KRELL, Andreas Joachim; LIMA, Marcos Vinícius Cavalcante. A vedação constitucional de práticas cruéis contra animais e a correta interpretação das normas legais sobre vivissecção pelas comissões de ética no uso de animais. Revista Brasileira de Direito Animal, v. 10, n. 19, 2015, p. 113-153.
LEITÃO, Geuza. A voz dos sem voz, direito dos animais. Fortaleza: INESP, 2002.
LOBATO, José Danilo Tavares. O meio ambiente como bem jurídico e as dificuldades de sua tutela pelo Direito Penal. Revista Liberdades, n. 5, 2010, p. 69-70.
LOURENÇO, Daniel Braga. Direito dos animais: fundamentação e novas perspectivas. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2008.
MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado, v. 1, 2ª ed. Rio de Janeiro: Borsoi, 1954.
NACONECY, Carlos M. Ética & animais: um guia de argumentação filosófica. 2ª edição. Porto Alegre: EDIPURS, 2014.
OLIVEIRA, Fábio Corrêa Souza de. Por uma teoria dos princípios: o princípio constitucional da razoabilidade. 2.ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007;
______. Voltando à problemática da tipologia regras e princípios: primeiro ensaio. In: Juris Poiesis, Revista do Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade Estácio de Sá. Ano 13, n. 13, p. 201-228, 2010.
REGAN, Tom. The case for animal rights. Berkeley: University of California Press, 1983.
SAMPAIO, José Adércio Leite. O "esverdeamento" da Convenção Europeia de Direitos Humanos: vícios e virtudes. Revista de Direitos Fundamentais & Democracia, v. 22, n. 3, 2017, p. 169-196.
SANTOS, Rafael Seixas; VARELLA, Marcelo Dias. Fundamento dos Direitos Humanos e sua invocação em decisões do STF e da CIDH. Opinião Jurídica, Fortaleza, CE, v. 14, n. 19, jul/dez 2016, p. 171-194.
SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
STEINMETZ, Wilson. “Farra do boi”, fauna e manifestação cultural: uma colisão de princípios constitucionais? Direito Fundamental, n. 9, out/dez, 2009, p. 260-273.
STRECK, Lenio. Quem são esses cães e gatos eu nos olham nus? Revista Consultor Jurídico, Senso Incomum, 6 de junho de 2013. http://www.conjur.com.br/2013-jun-06/senso-incomum-quem-sao-caes-gatos-olham-nus
ZAFFARONI, Raúl. La Pachamama y el humano. In: ACOSTA, Alberto; MARTÍNEZ, Esperanza (Orgs.). La naturaleza con derechos: de la Filosofía a la Política. Quito: Abya-Yala, p. 25-138, 2011.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os direitos autorais, dos artigos publicados na Revista, são do autor e da RDFD com os direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, com aplicações educacionais e não comerciais, de acordo com o creative commons.