TER QUE MANTER A VIDA MESMO SEM TER UM LUGAR: A DESIGUALDADE COMO FORÇA POLÍTICA DA EXCLUSÃO DO CAPITAL AO DIREITO À MORADIA
DOI:
https://doi.org/10.25192/issn.1982-0496.rdfd.v27i31727Resumen
O artigo propõe uma análise crítica acerca das consequências da naturalização das desigualdades sociais para os sujeitos que encontram-se excluídos da sociedade brasileira em razão da crise do sistema econômico neoliberal. O problema jurídico aborda o questionamento sobre como a desigualdade social exclui os sujeitos da sociedade a ponto de inferir no direito à moradia. Para tanto, são apresentados os argumentos que demonstram como a crise do capitalismo globalizante, impelida pelas políticas econômicas neoliberais, acabam por manter e acentuar as taxas de desigualdade social entre os diversos estratos sociais no Brasil. Na sequência, expõe a condição de subcidadania, atribuída aos sujeitos de habitus precário, como forma de naturalização das desigualdades sociais e, como isso tem dificultado o acesso desses sujeitos aos mercados produtivos formais, obstando, também, o acesso à moradia e ao direito à cidade, demonstrando a face sombria da violação do direito fundamental à moradia. Por meio de vertentes críticas, com base em autores que tratam de questões sobre a urbanização, subjetividades e efetivação da cidadania na contemporaneidade, o trabalho teórico de cunho bibliográfico observa como método de abordagem o hipotético-dedutivo, com interpretação sociológica. Ao final, demonstra como a desigualdade social, dentro da ótica capitalista, passa a gerir os cidadãos dos subcidadãos ou cidadão de segunda classe, de como estes sujeitos marginalizados são transportados da exclusão para a expulsão das estruturas macroeconômicas de gerência do sistema e, como tudo isso obstaculiza e invisibiliza a luta pelo acesso digno a um lugar, à moradia.
Descargas
Citas
ABREU, Maria Aparecida. Redistribuição, reconhecimento e representação: diálogos sobre igualdade de gênero / organizadora: Maria Aparecida Abreu. – Brasília: Ipea, 2011. Disponível em www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_redistreconhecimento.pdf. Acesso em 12 de nov. de 2018.
ANTONELLI, Francisco. As conexões virtuais do neopopulismo. Tradução Luiza Rabolini. In: Revista IHU Online. Disponível em http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/585983-as-conexoes-virtuais-do-neopopulismo. Acesso em 02 de Set. de 2019.
BOAS, Villa Bruno; CONCEIÇÃO, Ana. Déficit de moradias no país já chega a 7,7 milhões. In: Valor Econômico. Disponível em https://www.valor.com.br/brasil/5498629/deficit-de-moradias-no-pais-ja-chega-77-milhoes. Acesso em 15 de out. de 2018.
CASTELLS, Manuel. A questão Urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
CASTELLS, Manuel. Ruptura: a crise da democracia; tradução: Joana Angélica D´Avila Melo. Zahar: Rio de Janeiro, 2018, 152p.
DÉFICIT HABITACIONAL. Disponível em: https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2019-08-31/deficit-habitacional-atinge-maior-marca-em-10-anos-solucao-pode-vir-da-academia.html. Acesso em 3 de nov. de 2019.
DUSSEL, Enrique. Transmodernidad e interculturalidad. In: Filosofía de la cultura y la liberación. México: UNAM, 2006.
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império; tradução de Berilo Vargas. Rio de Janeiro: Record, 2001.
HARVEY, David. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana; tradução Jefferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006.
LIPOVETSKY, Gilles. A cultura‑mundo : resposta a uma sociedade desorientada / Gilles Lipovetsky e Jean Serroy ; tradução Maria Lúcia Machado. — São Paulo : Companhia das Letras, 2011.
MARICATO, Ermínia. É a questão urbano, estúpido! In: Cidades Rebeldes: Passe Livre e as Manifestações que tomaram as ruas no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2013.
MICHAELIS; Dicionário de Língua Portuguesa. Morada. Editora Melhoramentos, 2021. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/busca?palavra=morada&r=0&f=0&t=0 . Acesso em 11 de out. 2021.
ROLNIK, Raquel. Exclusão territorial e violência. São Paulo Perspectiva. São Paulo , v. 13, n. 4, p. 100-111, Dec. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88391999000400011&lng=en&nrm=iso. Acesso em 14 de nov de 2018.
ROLNIK, Raquel; KLINK, Jeroen. Crescimento econômico e desenvolvimento urbano: por que nossas cidades continuam tão precárias?. Novos estudos - CEBRAP, São Paulo , n. 89, p. 89-109, Mar. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/nec/a/RVtd8zVwYXXbP74GzMM7tsD/?lang=pt&format=pdf . Acesso em 2 de set. 2019.
ROLNIK, Raquel. Estatuto da Cidade - instrumento para as cidades que sonham crescer com justiça e beleza. In: Instituto Polis, 2001. Disponível em http://www.polis.org.br/uploads/814/814.pdf Acesso em 14 de nov de 2018.
RUIZ, Tulipa; SANTOS, Lulu. Dois Cafés. In: Tudo Tanto, 2012. Disponível em https://www.letras.mus.br/tulipa-ruiz/dois-cafes/. Acesso em 12 de nov de 2018.
SASSEN, Saskia. As diferentes especializações das cidades globais. In: Urban Age. 2008. Disponível em http://www.urban-age.net/0_downloads/archive/_SA/02_NewsPaper_Essay_Sassen_por.pdf.
Acesso em 12 de nov. de 2018.
SASSEN, Saskia. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global. 1.ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2016.
SOUZA, Jessé. A gramática social da desigualdade brasileira. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 19, n. 54, p. 79-96, Feb. 2004a. Disponível em : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092004000100005&lng=en&nrm=iso. Acesso em 15 Set. 2018.
SOUZA, Sérgio Iglesias Nunes de. Direito à moradia e de habitação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004b.
SPINK, M. J. P., MARTINS, M. H. M., SILVA, S. L. A., & SILVA, S. B. (2020). O Direito à Moradia: Reflexões sobre Habitabilidade e Dignidade. Psicologia: Ciência e Profissão, 40, 1-14. https://doi.org/10.1590/1982-3703003207501. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/fCt3qfskYJP57ZwvjSCMMyw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 11 de out. 2021.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Elenise Felzke Schonardie, Gabrieli de Camargo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Os direitos autorais, dos artigos publicados na Revista, são do autor e da RDFD com os direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, com aplicações educacionais e não comerciais, de acordo com o creative commons.