GOVERNANÇA ELEITORAL E SUA CREDIBILIDADE INSTITUCIONAL
UMA ANÁLISE DO CASO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.25192/ISSN.1982-0496.RDFD.V.29.III.2669Resumo
Este artigo tem o objetivo de refletir sobre aspectos da governança eleitoral e sua credibilidade institucional. Para tanto, discutir-se-á o conceito, princípios norteadores, níveis da governança eleitoral e abordagens de trabalhos relacionados ao tema. Além disso, pretende-se apresentar aspectos do modelo de governança eleitoral brasileiro e analisar a importância da credibilidade institucional para o desenvolvimento da governança eleitoral. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa de revisão de literatura. Adota-se nesta pesquisa que a governança eleitoral é um conjunto de atividades e normas relacionadas ao processo de escolha de representantes políticos, por meio de uma estrutura institucional que garanta a credibilidade no processo eleitoral e na democracia. O modelo de governança eleitoral brasileiro é classificado como independente-especializado, desta forma, entende-se que o Organismo Eleitoral brasileiro (Justiça Eleitoral) não é vinculado ao Poder Executivo e seus membros não possuem vínculo com partidos políticos. Este é o modelo que apresenta maior credibilidade institucional nos países onde é adotado; o que se refletia em pesquisas divulgadas. No entanto, pesquisas recentes mostram um aumento na desconfiança e diminuição da credibilidade na governança eleitoral, muito em função de ataques e desinformações que a instituição vem sofrendo nos últimos anos.
Downloads
Referências
ALVIM, Frederico Franco. Crise democrática e Justiça Eleitoral: desafios, encargos institucionais e caminhos de ação. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2020. Disponível em: <https://www.tse.jus.br/o-tse/catalogo-de-publicacoes/lista-do-catalogo-de-publicacoes>.
BARRETO, Alex Muniz. A Democracia nas Urnas: a governança eleitoral independente e a qualidade da competição política. 2020. 109 f. Universidade Federal de Campina Grande, 2020.
BARRETO, Álvaro Augusto de Borba. A Justiça Eleitoral brasileira: modelo de governança eleitoral. Paraná Eleitoral: revista brasileira de direito eleitoral e ciência política, v. 4, n. 2, p. 189–216, 2015.
BARROSO, Luís Roberto. ‘Impedir eleições é crime de responsabilidade’, diz Barroso em nome do TSE. CNN Brasil 09 jul. 2021. Política. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/impedir-eleicoes-e-crime-de-responsabilidade-diz-barroso-em-nome-do-tse/. Acesso em: 28 nov. 2022.
BIRCH, Sarah. Electoral institutions and popular confidence in electoral processes: A cross-national analysis. Electoral Studies, v. 27, n. 2, p. 305–320, 2008.
CRESPO, Ralph; PEIXOTO, Vitor de Moraes; LEAL, João Gabriel Ribeiro Pessanha. Os ministros juristas do TSE: uma análise da escolha de advogados para atuarem como ministros da Corte eleitoral brasileira. Plural, v. 26, n. 2, p. 49–73, 2019.
CUNHA, Luciana Gross; OLIVEIRA, Fabiana Luci De. Justiça Eleitoral: opinião pública e confiança institucional. Caderno Adenauer XV, v. 1, p. 191–210, 2014.
DAHL, Robert Alan. Poliarquia: participação e oposição. São Paulo: Edusp, 1997.
DAHL, Robert Alan. Sobre a Democracia. Brasília: Editora UNB, 2001.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 33. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
EDGELL, Amanda B. et al. When and where do elections matter? A global test of the democratization by elections hypothesis, 1900–2012. The Varieties of Democracy Institute, 2015:8. Gothenburg: [s.n.], 2015.
ELKLIT, Jørgen; REYNOLDS, Andrew. The impact of election administration on the legitimacy of emerging democracies: a new research agenda. Nº 281. Washington D.C: [s.n.], 2000.
FALCÃO, Joaquim; OLIVEIRA, Fabiana Luci De. Poder Judiciário e Competição Política: as eleições de 2010 e a lei da “ficha-limpa”. Opinião Pública, NULL, v. 18, n. 2, p. 337–354, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S0104-62762012000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=en>.
GRAEFF, Caroline Bianca; BARRETO, Álvaro Augusto de Borba. O modelo de governança eleitoral brasileiro e a judicialização das regras político-eleitorais. Revista Debates, v. 11, n. 1, p. 99–118, 2017.
HUNTINGTON, Samuel Phillips. The Third Wave: Democratization in the Late Twentieth Century. Oklahoma: University of Oklahoma Press, 1991.
IORIS, Rafael Rossotto. Após invasão nos EUA, o que resta de democracia no Brasil está sob ameaça. Jan. 2021. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/artigo/ apos-invasao-nos-eua-o-que-resta-de-democracia-no-brasil-esta-sob-ameaca>. Acesso em: 22 nov. 2021.
LINDBERG, Ingemar Staffan. Democratization by Elections: A New Mode of Transition. Beltimore: Johns Hopkins University Press, 2009.
LIRA, Arthur. Arthur Lira: Nossas instituições não se abalarão com declarações públicas e oportunistas. Valor Econômico, 10 jul. 2021. Política. Disponível em: https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/07/10/arthur-lira-nossas-instituicoes-nao-se-abalarao-com-declaracoes-publicas-e-oportunismo.ghtml. Acesso em: 28 nov. 2022.
LOPES, Ana Paula de Almeida. Governança Eleitoral e Ativismo Judicial: Uma Análise Comparada sobre o Impacto de Decisões Judiciais nas Regras do Processo Eleitoral Brasileiro. Dados, v. 62, n. 3, p. 1–36, 2019.
MARCHETTI, Vitor. Governança Eleitoral: O Modelo Brasileiro de Justiça Eleitoral. Dados, NULL, v. 51, p. 865–893, 2008.
MOZAFFAR, Shaheen; SCHEDLER, Andreas. The Comparative Study of Electoral Governance - Introduction. International Political Science Review, v. 23, n. 1, p. 5–27, 2002.
ONU. Declaração universal da democracia: resolução A/62/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. 2012, Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2012. p. 15.
PACHECO, Rodrigo. Pacheco diz que Congresso não aceitará 'retrocesso' nem 'frustração das eleições'. G1. 09 jul. 2021. Política. Disponível em: https://g1.globo. com/politica/noticia/2021/07/09/pacheco-diz-que-congresso-nao-aceitara-retrocesso-nem-frustracao-das-eleicoes.ghtml. Acesso em: 22 nov. 2023.
PEREIRA, Manuela De Souza. Governança Eleitoral Na América Latina: Dispositivos Constitucionais. Em Debate, v. 4, n. 3, p. 41–47, 2012.
PINTOR, Rafael López. Electoral management bodies as institutions of governance. New York: Bureau for Development Policy United Nations Development Programme, 2000. Disponível em: http://www.undp.org/governance/docs/Elections-Pub-EMB book.pdf.
PRZEWORSKI, Adam. Ama a incerteza e serás democrático. Novos Estudos Cebrap, n. 9, p. 36–46, 1984.
SADEK, Maria Tereza. A Justiça Eleitoral e a Consolidação da Democracia no Brasil. São Paulo: Konrad Adenauer, 1995.
SANTANO, Ana Claudia; REZENDE, Maurício Corrêa de Moura. A importância da reforma da magistratura especializada para a otimização da jurisdição eleitoral. A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional, v. 17, n. 68, p. 251–269, 25 jun. 2017. Disponível em: http://www.revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/ 810.
TAROUCO, Gabriela Da Silva. Governança eleitoral: modelos institucionais e legitimação. Cadernos Adenauer XV, v. 229–243, n. 1, 2014.
TORRES, Luís Eduardo Medina; DÍAZ, Edwin Cuitláhuac Ramírez. Electoral Governance: More Than Just Electoral Administration. Mexican Law Review, n. 8, p. 33–46, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ralph Crespo, Vitor Peixoto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os direitos autorais, dos artigos publicados na Revista, são do autor e da RDFD com os direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, com aplicações educacionais e não comerciais, de acordo com o creative commons.