GUETOS E PRISÕES: A “IDENTIDADE” QUE INCLUI E EXCLUI POBRES E NEGROS À MARGEM
DOI:
https://doi.org/10.25192/issn.1982-0496.rdfd.v26i31511Palabras clave:
Cárcere. Estigma. Identidade. Gueto. Prisionização. Prison. Stigma. Identity. Ghetto. Prisonization.Resumen
Resumo
O artigo aborda a configuração das identidades das classes economicamente hipossuficientes e de cor negra na sociedade contemporânea. O estudo, que se justifica pela necessidade de compreensão da constituição identitária dos grupos considerados ameaçadores à ordem social, problematiza a influência dos guetos e das prisões, notadamente formados por pobres e negros, na categorização das identidades de tais indivíduos e da exclusão societal. A investigação científica, assim, com base no método hipotético-dedutivo, na abordagem qualitativa e no procedimento bibliográfico, busca: a) analisar a configuração identitária dos pobres e negros com base no estigma de estranhos, inimigos, perigosos, outros e criminosos; b) refletir a conformação da identidade dos presos mediante o fenômeno da prisionização; e c) identificar os guetos e as prisões como retratação do paradigma do campo à luz da biopolítica e dos direitos humanos. Por fim, ao corroborar a hipótese emergente da discussão, constata-se que os guetos e as prisões se estabelecem como espaços retratados no paradigma do campo e influenciam, dada a condição econômica e a cor da pele de seus membros, na conformação identitária e excludente dos sujeitos devido à imposição de estigma por terceiros e/ou ao fenômeno da prisionização.
Descargas
Citas
AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004.
AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.
AGAMBEN, Giorgio. O que é um campo? In: AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fim: notas sobre a política. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p. 41-47.
ANIYAR DE CASTRO, Lola. Notas para um sistema penitenciário alternativo. In: OLIVEIRA, Edmundo (Coord.). Criminologia crítica. Fórum Internacional de Criminologia Crítica. Belém: Cejup, 1990.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. 7. reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
BAUMAN, Zygmunt. Archipiélago de excepciones. Tradução de Albino Santos Mosquera. Madri: Katz Editores, 2008.
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Tradução de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Tradução de Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2010.
BRAGA, Viviane Zarembski. O campo de concentração: um marco para a (bio) política moderna. Cadernos IHU Ideias, ano 16, n. 270, vol. 16. São Leopoldo: Instituto Humanitas Unisinos, 2018.
CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. Tradução de Carlos Eduardo Trevelin Millan. São Paulo: Pillares, 2009.
CLEMMER, Donald. Prision Community. 2. ed. Nova Iorque: Holt, Rinehart and Winston, 1958.
DIEL, Aline Ferreira da Silva; WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth. Mídia, direito penal e o estereótipo do criminoso: uma leitura biopolítica. Curitiba: CRV, 2018.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13. ed. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1999.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Tradução de Raquel Ramalhete. 41. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução de Mathias Lambert. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
SANTOS, André Leonardo Copetti; LUCAS, Doglas Cesar. A (in)diferença no direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015.
LUCAS, Doglas Cesar. Direitos humanos e interculturalidade: um diálogo entre a igualdade e a diferença. 2. ed. rev. e ampl. Ijuí: Unijuí, 2013.
MISSE, Michel. Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição analítica sobre a categoria “bandido”. Lua Nova, 79, p. 15-38, 2010, São Paulo. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n79/a03n79.pdf. Acesso em: 04 nov. 2018.
SÁ, Alvino Augusto de. Prisionização: um dilema para o cárcere e um desafio para a comunidade. In: SÁ, Alvino Augusto de. Criminologia clínica e psicologia criminal. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
SEN, Amartya. Identidade e violência: a ilusão do destino. Tradução de José Antonio Arantes. São Paulo: Iluminuras; Itaú Cultural, 2015.
SILVA, Fabio Lobosco. Sobre um novo conceito de prisionização: o fenômeno da assimilação prisional de acordo com a realidade prisional brasileira. Tese de doutorado. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2017. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3101/5/Fabio%20Lobosco%20Silva.pdf. Acesso em: 04 nov. 2018.
THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária: de acordo com a Constituição de 1988. 5. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
WACQUANT, Loïc. Os condenados da cidade. Tradução de João Roberto Martins Filho et al. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan; Fase, 2005.
WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: a nova gestão da míseria nos Estados Unidos [a onda punitiva]. Tradução de Sérgio Lamarão. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Por que a guerra? De Einstein e Freud à atualidade. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2015.
ZAFFARONI, Eugênio Raúl. O inimigo no direito penal. Tradução de Sérgio Lamarão. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Direitos Fundamentais & Democracia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Os direitos autorais, dos artigos publicados na Revista, são do autor e da RDFD com os direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, com aplicações educacionais e não comerciais, de acordo com o creative commons.